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Nosso Gigetto!


style="width: 100%;" data-filename="retriever">Afirmei aqui, em mais de uma de nossas charlas quinzenais, que é sempre bom lembrar coisas passadas. Isolado em nossa casa em Tiradentes, Minas Gerais, uma enorme saudade da minha Santa Maria da Boca do Monte toma conta de mim. Escrevo quinzenalmente a respeito de fatos e coisas que estão longe da avenida Ipiranga, onde nasci. Não deveria ser assim, mas não resisto ao que toma conta de mim, repito, ao acabar de participar de um zoom na Academia Paulista de Letras. Lá estava Oswaldo Mendes, que escreveu um belo livro - Bendito maldito - a biografia de Plínio Marcos. Um belo livro, de verdade!

Livro que me leva de volta ao velho Gigetto, na rua Avanhandava 63, em São Paulo. Lá onde esteve um dos meus mais encantadores restaurantes durante quarenta e quatro anos, em setembro de 2013 tendo sido transferido para o bairro do Bixiga. Sei para onde foi, mas faço de conta que não sei. Desejo agora somente desfrutar da memória das mesas da rua Avanhandava, nas quais meus velhos amigos se reuniam e convivemos com o Plínio Marcos, ele a contar histórias, a relembrar o passado, o então presente e o futuro!

 Lembranças formidáveis do grupo de amigos da "turma da esquina", que sempre se reencontra - é verdade, acreditem! - pelas mãos do nosso irmão de coração Maurício Vidigal!

 Começamos a frequentar Gigetto, então instalado na rua Nestor Pestana, antes da mudança para a Avanhandava! Ali participamos de episódios inesquecíveis!

Além de encontrarmos algumas vezes o Plínio Marcos já na Avanhandava, uma noite na qual o Nelson Gonçalves saiu da mesa na qual estava com amigos, foi no banheiro e, na volta à sua mesa, ao passar por nós parou e disse "que bom ver vocês, mais ainda quando estamos de pileque!".

 Momentos inesquecíveis! Todas as noites desde o início dos anos sessenta a turma da esquina se encontrava na esquina da rua Barão de Itapetininga com a Praça da República. Aos sábados, no Gigetto, todos nós buscando recuperar o passado e construir o futuro. Amigos que haviam ido para o exílio chileno, depois para a nossa velha Lutèce, hoje chamada de Paris. Perdoem-me repetir-me, mas vivemos momentos inesquecíveis ao lá recebermos exilados que já se foram para o Céu - entre eles o Eduardo Kugelmas (nosso Donda) e o Itobi Alves Correa - e outros que cá estão, entre os quais nosso Frei Oswaldo e o Aloysio Nunes Ferreira.

De verdade, não fossem as pandemias, ambos - Oswaldo e Aloysio - estariam agora cá comigo, em Tiradentes, buscando recuperar o passado. Mais do que isso, quando tudo que estamos a suportar se for, vamos nos rever, todos nós, vencendo o Tempo, no nosso Gigetto do passado!

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